homem estudando, representando o ganho de empregabilidade.

O que é empregabilidade? Significado e vantagens para as empresas

A empregabilidade é associada principalmente aos trabalhadores e o seu desenvolvimento profissional. Porém, ela é uma prática com dois extremos, em um deles os profissionais e no outro as empresas.

Entender o que é esse conceito e como trabalhá-lo internamente é fundamental para empresas que desejam alcançar maiores patamares através de uma excelente organização e gestão interna.

Saiba o que é a empregabilidade, como ela pode ajudar a sua empresa, quais os meios que o setor de Recursos Humanos pode utilizar para aplicá-la e quais são os desafios dessa prática no Brasil atual. Boa leitura!

O que é empregabilidade?

A empregabilidade é um conceito que indica a capacidade de um trabalhador ser apto para ocupar uma vaga e continuar se aprimorando para se manter nela.

A palavra foi adaptada do inglês pelo empresário José Augusto Minarelli nos anos 90, e tinha como foco a orientação para profissionais de alto escalão, fazendo os entender que se eles quisessem alcançar boas posições e se manterem empregados, deviam possuir uma boa empregabilidade.

Para simplificar o entendimento, imagine a empregabilidade como uma nota, quanto mais preparado para ocupar um cargo o profissional estiver, maior será sua “taxa de empregabilidade”.

Diversos fatores ajudam a formar essa nota, indicando quanto o trabalhador está apto a ocupar determinada vaga e desenvolver uma carreira de sucesso dentro da empresa que o contratar.

Isso faz com que a empregabilidade seja variada, ou seja, um profissional pode ter maior empregabilidade com um cargo do que com outro.

Esses fatores são chamados de base ou pilares de empregabilidade, e você poderá conferi-los um pouco mais abaixo no texto.

A empregabilidade no Brasil

Na década de 90, quando foi trazida ao Brasil, a empregabilidade correspondia principalmente aos profissionais com maior qualificação e propensos a ocupar cargos de alto nível.

Com o passar dos anos essa visão mudou, sendo a empregabilidade utilizada para metrificar e auxiliar o desenvolvimento de profissionais em quaisquer funções que possuam uma barreira de entrada.

Sabendo disso, podemos dizer que o Brasil enfrenta problemas com relação à empregabilidade, já que o país conta com uma taxa de desemprego de 9,3% e com um crescente número de informais – dados de julho de 2022.

Parte desse desemprego vem da dificuldade das empresas encontrarem mão de obra qualificada e preparada para o mercado de trabalho, ou seja, profissionais com boa taxa de empregabilidade.

Essas informações reforçam a importância do conceito para o Brasil, afinal quanto mais os profissionais se aprimorarem para alcançar bons cargos, maiores serão os talentos disponíveis no mercado.

Porém, como você já viu, isso é uma via de mão dupla, sendo as empresas e o setor de RH fundamentais também para o desenvolvimento da empregabilidade.

Empregabilidade x Trabalhabilidade

Antes de apresentar quais são os pilares da empregabilidade é importante que você saiba a diferenciar de um conceito parecido, a trabalhabilidade.

Ao olhar rapidamente empregabilidade e trabalhabilidade até podem ser conceitos parecidos, mas que possuem suas diferenças.

Enquanto a empregabilidade corresponde a capacidade de o profissional alcançar uma boa posição para ter mais chances de ocupar uma vaga específica, a trabalhabilidade busca aprimorar o desenvolvimento em diversos campos, não focando em um trabalho específico.

Por tanto, a trabalhabilidade foca em desenvolver indivíduos multipotenciais, que podem se encaixar nas mais diversas vagas ou trabalhos autônomos por conta dos seus variados campos de estudo.

Por exemplo, se uma empresa está precisando contratar um engenheiro, irá procurar por alguém formado na área, com experiência, boas qualificações, etc. Tudo isso são itens que compõem a empregabilidade, aumentando a sua “nota”.

Em outros cenários a trabalhabilidade pode fazer mais sentido, como em promissões que uma formação não é tão necessária assim, sendo o principal foco da empresa encontrar pessoas criativas, capazes de desenvolverem boas ideias.

Quais são as bases da empregabilidade?

Agora que você já passou por uma boa introdução sobre o tema, vamos aprofundá-lo. Para isso vamos utilizar os pilares da empregabilidade que foram descritos por Minarelli.

Trazendo-os para o nosso exemplo, imagine que cada uma dessas bases compõem a nota final que indica a propensão do profissional ser o ideal para a vaga, possuindo uma boa taxa de empregabilidade.

Lembrando que apesar de os pilares terem sido descritos como ponto de melhoria e adequação dos profissionais para conseguir ocupar melhores vagas, vamos trazer aqui a visão que a empresa deve ter sobre cada uma delas.

Adequação vocacional

Como primeiro pilar temos a capacidade natural de um indivíduo desempenhar um papel com maior facilidade. 

A vocação natural pode ser um conceito abstrato, por tanto, é mais viável para o setor de RH analisar a “paixão” que o profissional tem por sua função, a conexão que ele tem com os processos que compõem o cargo.

Competência profissional

Aqui entra o caminho que o profissional percorreu para estar apto a trabalhar na posição, sua formação superior e outros cursos relacionados.

As habilidades também podem ser formadas por cursos livres, mentorias e outros processos de aprendizado.

Também fazem parte das competências as habilidades relacionadas ou vaga, ou seja, a experiência. Não basta que o profissional apresente confirmações de seu conhecimento teórico, mas também comprovações de que ele tem experiência e consegue gerar resultados.

Outro diferencial englobado nas competências profissionais é o conhecimento específico sobre a área de atuação da empresa. 

Idoneidade

A idoneidade é a capacidade de agir conforme os seus princípios e valores, mantendo a ética na empregabilidade, se comprometendo com o cargo que vai assumir.

O setor de RH pode checar essa ética na empregabilidade através do conhecimento sobre a reputação do trabalhador, conferindo seus trabalhos anteriores e solicitando indicações.

Saúde física e mental

Por mais que o profissional detenha todo o conhecimento necessário, ele só atingirá o seu grau máximo de produtividade se estiver apto física e mentalmente.

Apesar de ter sido descrito como um dos pontos que os trabalhadores têm de desenvolver para possuir uma boa empregabilidade, a empresa também precisa fazer sua parte.

Manter o ambiente de trabalho saudável e propício para o desenvolvimento dos profissionais é fundamental para que essa saúde física e mental possa ser atingida.

Reserva financeira

A eficiência no trabalho não deve ser atrapalhada por dificuldades econômicas. Esse pilar da empregabilidade também tem grande responsabilidade das empresas contratantes, fazendo com que os trabalhadores possam focar em seu melhor desempenho.

Relacionamentos

Por fim, como sexto dentro os pilares da empregabilidade, temos os relacionamentos, fundamentais para a manutenção de um ambiente colaborativo e com trocas entre os profissionais e setores.

Podemos apontar esses relacionamentos como parte das Soft Skills, elementos que o RH também deve se atentar na hora da contratação.

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Qual a relação da empresa com a empregabilidade?

Agora que você já conhece os compromissos dos profissionais com a empregabilidade e como as empresas podem observá-las, é hora de saber como essa prática se conecta diretamente com o seu negócio.

A primeira e maior relação que as empresas têm com a empregabilidade é utilizá-la no momento da contratação, sendo ela um meio de facilitar os processos seletivos, identificando e escolhendo os profissionais com maior “nota”.

Muitas empresas entendem que o conceito de empregabilidade só pode ser aplicado nesse momento, porém, apesar de ser importante, ele pode ser bem mais amplo, sendo o seu maior benefício a possibilidade de contar com profissionais sempre preparados para novos desafios e mais leais à marca.

Confira outras formas que a empresa pode utilizá-la e colher os seus benefícios:

  • Utilizar a empregabilidade como meio de manter os profissionais na empresa, evitando que eles saiam e permitindo que eles cresçam junto a marca, sendo também o motivo desse crescimento;
  • Não focar apenas em contratar profissionais com a empregabilidade alta, mas também fornecer meios para que ela seja desenvolvida.

Lembrando que desenvolver a empregabilidade não significa desenvolver o trabalhador para outras empresas, mas sim incentivar que ele seja bom e que entregue esse melhor para a sua empresa, gostando de estar dentro dela.

Para isso é necessário que a empresa forneça meios para que as taxas de empregabilidade dos profissionais continuem altas e acompanhando as mudanças do mercado.

Como desenvolver a empregabilidade internamente?

A função da empregabilidade dentro das empresas não se baseia apenas nos processos seletivos, mas também na hora de promover o crescimento dos profissionais, confira algumas dicas de como isso pode ser realizado:

Cursos e formações

Uma das bases da empregabilidade é o desenvolvimento das competências profissionais,  que podem ser utilizadas internamente como fonte de aprimoramento dos colaboradores.

A empresa pode desenvolver os seus próprios cursos ou oferecer como benefício aos profissionais o acesso a plataformas onde eles possam escolher qual o assunto desejado.

É interessante que os profissionais possam assistir aulas e realizar atividades de áreas distintas, se tornando mais completos e com maior bagagem para auxiliar no crescimento da marca.

Palestras

Se conectando a forma de desenvolvimento acima, contratar palestras para ensinar e motivar os colaboradores é uma excelente maneira de desenvolver o senso de empregabilidade neles.

Metodologias que valorizam o profissional

Para se conectar com a empresa e ser leal a ela, o profissional deve se sentir valorizado, para isso, é fundamental que além de estar em um ambiente saudável e contando com uma remuneração justa ele tenha suas opiniões escutadas.

Para isso, a empresa pode incluir na sua cultura organizacional o uso de metodologias ágeis, que valorizam e consideram a opinião de todos de uma equipe, tornando as decisões lineares.

Plano de carreira

Manter planos de carreira para os funcionários também pode ser uma forma de incentivá-los a continuar desenvolvendo a empregabilidade, mostrando que eles podem alcançar postos maiores conforme progridem no cargo.

Desafios da empregabilidade

Além do cenário de desemprego e uma busca pela informalidade, que não privilegia a construção de conhecimento necessária para a empregabilidade, outros desafios também a tornam uma prática que precisa de paciência para ser implantada, confira alguns deles:

Mudança do mercado de trabalho

Com o advento das tecnologias as mudanças de cenário no mercado de trabalho se tornaram cada vez mais rápidas, trazendo dificuldades para os profissionais que sentem dificuldade em se adaptar a essas mudanças, principalmente os mais velhos.

Umas das funções da empresa junto a empregabilidade é garantir que os seus colaboradores acompanhem essas mudanças, sendo inclusive pioneiros e aplicando essas novidades dentro da marca.

Mão de obra qualificada fora dos grandes centros e regiões

Postos de trabalho que exigem maior desenvolvimentos dos profissionais, e por tanto maior empregabilidade, tendem a ser ocupados com maior facilidade em algumas regiões do Brasil, principalmente nas capitais dos estudos e na região Sudeste.

Por tanto, é necessário um maior desenvolvimento de empregabilidade em outras regiões do país para que empresas localizadas em cidades menores e estados distantes do eixo Rio-São Paulo também possam contar com esses talentos.

Engajamento dos profissionais

Pode parecer que isso não é problema da empresa, afinal, se o profissional não está interessado em aumentar a sua taxa de empregabilidade, isso diz respeito a ele e a marca pode facilmente procurar outro para o seu lugar.

Porém, a alta rotatividade de colaboradores prejudica o crescimento da empresa, deixando equipes defasadas e sempre em mudança.

Por tanto, a empresa deve assumir o papel de apresentar o conceito de empregabilidade para os seus funcionários e incentivar o seu desenvolvimento.

Falta de incentivo pela empresa

A marca que não entende o papel fundamental que ela exerce junto à empregabilidade corre o risco de perder os seus melhores profissionais.

Por tanto, o setor de RH deve ser convincente ao apresentar para diretoria planos que aumentem o seu nível e elevem o conhecimento dos colaboradores.

Retenha talentos através da empregabilidade

Ao aplicar o conceito da empregabilidade em seu ambiente interno e na cultura organizacional, as empresas tendem a contar com um grande benefício, a retenção de talentos.

Afinal, um profissional que conta com a ajuda do seu local de trabalho para crescer na carreira e desempenhar cada vez uma papel melhor tem mais chances de ser leal, e fazer propaganda positiva da marca.

Essa propaganda positiva gera por consequência uma atração de talentos natural, já que os profissionais passarão a ver o negócio como referência no tratamento com os colaboradores.

Se você gostou desse conteúdo e quer continuar descobrindo outras práticas que auxiliam o trabalho do setor de Recursos Humanos, não deixe de conferir outros textos como esse no blog da Oitchau.

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