fim da escala 6x1

É mesmo o fim da escala 6×1? O que está em debate e como preparar sua empresa para possíveis mudanças

O tema “fim da escala 6×1” voltou com força à pauta nacional. Recentemente o governo federal anunciou que vai defender no Congresso uma proposta de lei para extinguir a escala de seis dias trabalhados seguidos de apenas um de descanso. 

A iniciativa ganhou repercussão imediata e reacendeu debates entre líderes de RH, gestores operacionais e representantes de trabalhadores.

E mais uma vez, a gestão de escalas assume papel central nas discussões.

A proposta não só altera a frequência de folgas, mas também aponta para uma reestruturação profunda da jornada: redução da carga horária para 40 horas semanais, adoção da escala 5×2, proteção salarial e garantia de descanso digno. 

Para quem lidera equipes e operações, o entendimento sobre esses possíveis impactos já passou a ser estratégico — e urgente.

Foi aprovado o fim da escala 6×1?

Ainda não. A escala 6×1 continua permitida e válida pela legislação.

O que existe no momento é uma proposta oficial do governo que será enviada ao Congresso.

Esta proposta:

  • Extingue o regime 6×1;
  • Determina descanso semanal de dois dias consecutivos;
  • Institui a escala 5×2 como novo padrão;
  • Reduz a jornada para 40 horas semanais;
  • Inclui período de transição até a nova carga horária;
  • Impede redução salarial em função das mudanças;
  • Define regras específicas para folgas ao domingo;
  • Estabelece mecanismos de proteção para evitar negociações individuais desfavoráveis.

O que diz a CLT sobre a escala 6×1?

Atualmente, a legislação trabalhista brasileira permite a adoção da escala 6×1, desde que observados os requisitos gerais de jornada e descanso:

  • A carga semanal não pode ultrapassar 44 horas;
  • Deve haver descanso semanal remunerado de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos, salvo negociação.
  • Intervalos intra e interjornada devem obedecer aos períodos mínimos — pausa para alimentação/descanso e intervalo entre turnos.
  • Setores com regras específicas (saúde, transporte etc.) têm normas próprias complementares.

Portanto, para que o fim desse regime seja obrigatório para todos, será necessária uma nova lei que revogue ou modifique esse entendimento. A proposta em discussão busca justamente esse efeito.

Até que isso ocorra, a escala 6×1 permanece dentro da legalidade.

Por que muitos setores estudam abandonar o 6×1?

Mesmo antes da proposta de lei, vários segmentos já vinham cogitando abandonar o modelo. O movimento cresceu porque o 6×1 passou a ser visto como pouco atrativo e desgastante, o que afeta diretamente competitividade e retenção.

A seguir, as principais razões:

1. Queda na atratividade das vagas e aumento da rotatividade

Equipes modernas priorizam equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. 

Em mercados aquecidos, candidatos evitam vagas com descanso insuficiente e procuram modelos mais previsíveis, como o 5×2

Com isso, empresas que insistem no 6×1 enfrentam maior dificuldade de contratação e veem a rotatividade crescer — o que eleva custos e compromete a continuidade da operação.

2. Fadiga acumulada e impacto direto na saúde

Trabalhar seis dias seguidos reduz o tempo de recuperação física e mental, ampliando riscos de:

  • Exaustão;
  • Estresse prolongado;
  • Afastamentos;
  • Queda de produtividade.

A pressão por jornadas mais humanas cresce justamente porque o desgaste contínuo afeta não só o bem-estar, mas também o desempenho das equipes e os resultados do negócio.

3. Pressão por modelos que favoreçam retenção

Empresas que oferecem jornadas mais equilibradas ganham vantagem competitiva ao reter e engajar pessoas. 

O 6×1, por outro lado, tende a gerar insatisfação ao longo do tempo, aumentando pedidos de desligamento e reduzindo o comprometimento. 

Setores que lidam com mão de obra escassa estão sentindo esse impacto de forma mais intensa.

4. Custo operacional oculto do 6×1

No papel, o 6×1 parece eficiente. Na prática, pode gerar:

  • Horas extras, devido ao cansaço;
  • Trocas de turnos;
  • Erros operacionais;
  • Faltas e atrasos;
  • Afastamentos médicos.

Empresas descobriram que o custo “invisível” de manter equipes cansadas é maior do que imaginavam.

5. Movimentos sociais e tendências globais contra jornadas extenuantes

O mundo corporativo vem revisando modelos rígidos de jornada. 

Países que reduziram a carga semanal observaram ganhos em saúde, engajamento e produtividade. 

O debate segue essa tendência, impulsionado por movimentos sociais, sindicatos e estudos sobre saúde laboral.

6. Busca por experiência do colaborador mais consistente

A experiência entregue pela empresa é um dos maiores influenciadores de desempenho. Jornadas menos desgastantes favorecem:

  • Clima mais positivo;
  • Melhor convivência entre equipes;
  • Maior estabilidade emocional;
  • Tomada de decisão mais assertiva.

O 6×1, ao contrário, eleva a pressão diária e reduz o tempo disponível para descanso real.

A escala 5×2 foi aprovada?

Hoje, o modelo 5×2 é utilizado por empresas que adotam voluntariamente o modelo, principalmente em ambientes administrativos. 

A proposta pretende unificar esse formato como padrão nacional para substituir o 6×1.

Se o projeto avançar, será essencial revisar:

  • Folhas de pagamento;
  • Dimensionamento de equipes;
  • Revezamentos;
  • Acordos coletivos;
  • Políticas internas de jornada.

Como seriam as mudanças da escala 6×1 para 5×2?

Se a proposta avançar, empresas de todos os segmentos precisarão revisar dimensionamento, custos, produtividade, revezamentos e processos internos — com impacto direto em RH, operações e liderança.

Com a proposta do governo, a jornada semanal passaria gradualmente para 40 horas, o que exige redistribuição de turnos, ajustes na folha e revisão de acordos coletivos. 

Como o 5×2 garante dois dias consecutivos de descanso, empresas precisariam ampliar grupos de revezamento, reorganizar folgas aos finais de semana e recalcular a quantidade de pessoas necessárias para manter a operação sem falhas.

Esse novo formato também impacta cálculos de DSR, horas extras e compensações, exigindo alinhamento entre RH, DP e liderança operacional. 

Resumindo:

Item Escala 6×1 (atual) Escala 5×2 (novo padrão) Impacto imediato
Jornada diária 7h20 8h48 (ou 8h se reduzir para 40h semanais) Dia fica mais longo, mas tem 2 folgas
Dias trabalhados 6 por semana 5 por semana +2 dias livres por semana
Folgas 1 por semana (rodando) 2 consecutivas (fixas ou semi-fixas) Maior na qualidade de vida

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Perguntas relacionadas

Quando acaba a escala 6×1 no Brasil?

A escala 6×1 ainda não acabou. O que existe é um projeto de lei proposto pelo governo para substituir o 6×1 pela jornada 5×2, com limite de 40 horas semanais.

A mudança só ocorrerá após aprovação no Congresso e definição de um cronograma de implementação. Até que a lei entre em vigor, o 6×1 continua permitido pela CLT.

O que vai substituir a escala 6×1?

A proposta apresentada pelo governo prevê que a escala 6×1 seja substituída por um novo modelo padrão: a escala 5×2, acompanhada de uma jornada semanal reduzida para 40 horas. 

Quantas pessoas preciso contratar para trocar 6×1 por 5×2?

A quantidade varia conforme a operação, mas a troca tende a exigir mais pessoal. Em lojas e operações comuns, o aumento pode ser de 10% a 20%. 

Em operações estendidas ou que funcionam aos finais de semana, pode chegar a 20% a 35%. 

Operações 24/7 costumam exigir mais grupos de revezamento, o que aumenta ainda mais a necessidade de contratações.

O que acontece se a empresa não mudar do 6×1?

Nada muda enquanto a lei não for aprovada. Porém, se a mudança se tornar obrigatória e a empresa não se adaptar, poderá sofrer multas, ações trabalhistas e ter cálculos de jornada invalidados. 

Além dos riscos legais, manter o 6×1 tende a aumentar turnover, absenteísmo e dificuldade de atrair pessoas.

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