ilustração demissão sem justa causa

Demissão sem justa causa: como calcular?

Toda empresa passa pelo momento de desligamento de um funcionário, é algo que faz parte de um processo de contratação, seja por escolha do colaborador ou da própria empresa, o modelo mais comum é o da demissão sem justa causa.

A demissão sem justa causa é uma realidade que muitas empresas e seus colaboradores enfrentam ao longo de suas trajetórias.

Nesse contexto, compreender como calcular os aspectos financeiros dessa situação se torna crucial.

Pensando nisso, neste artigo vamos explorar os diversos aspectos relacionados à demissão sem justa causa, desde o entendimento do conceito até os cálculos envolvidos.

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Tudo isso para garantir que tanto as empresas quanto os colaboradores estejam cientes de seus direitos e obrigações.

Acompanhe!

O que é demissão sem justa causa?

Primeiramente, antes de avançar no conteúdo, vamos entender o conceito dessa modalidade de demissão.

De forma geral, a demissão sem justa causa é uma modalidade de encerramento do contrato de trabalho em que a empresa decide rescindir o vínculo empregatício sem apresentar uma razão específica para a dispensa do colaborador.

Nesse cenário, não há alegação de má conduta, desempenho insatisfatório ou violação de normas internas por parte do colaborador.

Em vez disso, a decisão de demitir ocorre por motivos diversos, como reestruturação da empresa, redução do quadro, mudanças estratégicas ou outras circunstâncias que levam à dispensa do colaborador.

É importante lembrar que essa forma de demissão é regulamentada pela legislação trabalhista, e tanto a empresa quanto o colaborador têm direitos e deveres específicos a serem observados durante o processo de rescisão do contrato.

Qual é a multa por demissão sem justa causa?

Em geral, a multa por demissão sem justa causa nada mais é que uma compensação financeira que a empresa deve pagar ao trabalhador dispensado, com o objetivo de amparar o trabalhador durante o período de transição entre empregos.

Conforme estabelecido pela legislação trabalhista, essa multa corresponde a 40% do valor total depositado pela empresa ao longo do contrato de trabalho no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do colaborador.

É importante ressaltar que o cálculo da multa por demissão sem justa causa, baseado no saldo acumulado na conta do FGTS do colaborador, é uma parte fundamental das verbas rescisórias a que o trabalhador tem direito nesse tipo de dispensa.

O que o colaborador recebe na demissão sem justa causa?

Ao ser submetido à demissão sem justa causa, o colaborador tem direito a receber diversos benefícios e verbas trabalhistas que visam compensar a rescisão do contrato de trabalho. 

Nesse cenário, trouxemos alguns dos principais elementos que compõem os valores recebidos pelo trabalhador nessa situação:

Aviso prévio

O colaborador demitido sem justa causa tem direito ao aviso prévio, que consiste no período em que ele deve ser informado antecipadamente sobre a rescisão do contrato. 

Esse aviso pode ser trabalhado, com o colaborador cumprindo suas funções durante o período determinado, ou indenizado, caso a empresa opte por dispensar o trabalhador imediatamente.

Multa sobre o FGTS

A legislação estabelece que, na demissão sem justa causa, a empresa deve pagar uma multa de 40% sobre o saldo acumulado na conta do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) do colaborador.

Nesse sentido, esse montante é uma compensação financeira significativa e visa garantir uma proteção adicional ao trabalhador.

Saldo de salário

O saldo de salário corresponde aos dias trabalhados no mês da demissão, incluindo proporcionalmente os dias trabalhados no mês corrente até a data da rescisão.

Esse valor é devido ao colaborador e deve ser pago juntamente com as demais verbas rescisórias.

Férias proporcionais e 13º salário proporcional

O colaborador também tem direito a receber férias proporcionais ao período trabalhado no ano, acrescidas de um terço, e o 13º salário proporcional.

Esses valores são calculados considerando o tempo efetivamente trabalhado durante o ano da demissão.

Outros benefícios

Além dos itens mencionados, outros benefícios podem estar relacionados à política interna da empresa e ao contrato de trabalho, como o pagamento de eventuais comissões, bonificações ou prêmios acumulados.

É fundamental que a empresa esteja ciente de todos esses direitos do trabalhador e cumpra adequadamente com as obrigações legais, proporcionando uma rescisão justa e de acordo com a legislação trabalhista.

O que diz a CLT sobre demissão sem justa causa?

De forma geral, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a legislação brasileira que rege as relações trabalhistas, incluindo as normas relacionadas à demissão sem justa causa.

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Nesse contexto, as disposições da CLT estabelecem os direitos e deveres tanto da empresa quanto do trabalhador. Pensando nisso, destacamos alguns dos principais pontos que a CLT aborda sobre a demissão sem justa causa:

  • Aviso prévio: esse período visa proporcionar a empresa e trabalhador o tempo necessário para se prepararem para a transição decorrente da demissão;
  • Multa sobre o FGTS: na demissão sem justa causa, a empresa deve pagar uma multa de 40% sobre o saldo acumulado na conta do FGTS do colaborador. Essa multa visa proteger financeiramente o trabalhador diante do término do contrato;
  • Saldo de salário: a legislação garante que o colaborador receba o pagamento proporcional aos dias trabalhados no mês da demissão, incluindo os dias proporcionais do mês corrente;
  • Férias e 13º salário: a CLT estabelece as regras para o pagamento de férias proporcionais e 13º salário proporcional, garantindo que o colaborador receba esses benefícios de acordo com o tempo trabalhado no ano;
  • Prazos: a legislação trabalhista também define prazos para o pagamento das verbas rescisórias. O não cumprimento dessas obrigações pode sujeitar a empresa a penalidades;
  • Direitos adicionais: a CLT assegura outros direitos adicionais que podem variar conforme o tempo de serviço, como a estabilidade provisória em determinadas situações, como a gestação da colaboradora.

É importante ressaltar que entender essas disposições legais é crucial tanto para as empresas quanto para seus colaboradores.

Pois, a legislação visa apenas assegurar que a demissão sem justa causa seja conduzida de acordo com a legislação e garantindo um ambiente de trabalho mais transparente e justo.

Como calcular demissão sem justa causa?

Como vimos, calcular os valores envolvidos na demissão sem justa causa requer atenção a diversos detalhes e fatores específicos.

Pensando nisso, destacamos as principais etapas e para calcular os aspectos financeiros desse tipo de rescisão:

  • Multa sobre o FGTS;
  • Aviso prévio;
  • Saldo de salário;
  • Férias proporcionais;
  • 13º salário proporcional;
  • Outros benefícios.

Entender esses elementos e realizar os cálculos de forma precisa é fundamental para garantir que tanto a empresa quanto o colaborador cumpram suas obrigações e direitos durante o processo de demissão sem justa causa.

Exemplo de cálculo da demissão sem justa causa

Vamos considerar um exemplo hipotético para ilustrar o cálculo de uma demissão sem justa causa.

Supondo que um colaborador, João, tenha trabalhado em uma empresa por 2 anos e receba um salário mensal de R$ 3.000,00.

  • Cálculo do aviso prévio indenizado:

Se o aviso prévio for indenizado (não trabalhado), João terá direito a um salário adicional:

Aviso prévio indenizado =  (mês) x R$ 3.000,00 = R$ 3.000,00

  • Cálculo do saldo de salário:

Considerando que João foi demitido no meio do mês, o cálculo do saldo de salário será proporcional aos dias trabalhados:

Saldo de salário = (15 dias / 30 dias) x R$ 3.000,00 = R$ 1.500,00

  • Cálculo do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço):

A empresa deve pagar 40% do saldo acumulado do FGTS de João:

Multa sobre FGTS = [(R$ 3.000,00 x 8%) x 24 meses] x 40%

[(R$ 240,00) x 24 meses] x 40%

[R$ 5.760,00] x 40% = R$ 2.304,00

  • Cálculo das férias proporcionais e 13º salário proporcional:

Supondo que João tenha direito a 30 dias de férias por ano, e ainda não tenha recebido o benefício referente ao segundo período aquisitivo, ele teria direito a 30 dias proporcionais.

Férias proporcionais = (R$ 3.000,00 / 30 dias) x 30 dias de férias proporcionais = R$ 3.000,00

Obs.: Para calcular o terço constitucional sobre férias, basta dividir o valor proporcional encontrado por 3 (R$ 3.000,00 / 3 = R$ 1.000,00).

O 13º salário proporcional seria calculado de forma parecida.

13º salário proporcional = (R$ 3.000,00 / 12 meses do ano) x 12 meses trabalhados = R$ 3.000,00

  • Total a ser recebido por João:

Total = aviso prévio indenizado + saldo de salário + multa sobre FGTS + férias proporcionais + terço constitucional + 13º salário proporcional

Total = R$ R$ 3.000,00 + R$ 1.500,00 + R$ 2.304,00 + R$ 3.000,00 + R$ 1.000,00 + R$ 3.000,00

Total = R$ 13.804,00

É bastante importante ressaltar que este é um exemplo simplificado e os cálculos podem variar dependendo de diversos fatores, como adicionais noturnos, horas extras, e outros benefícios específicos do contrato de trabalho.

Como funciona demissão sem justa causa?

A demissão sem justa causa é um processo regulamentado pela legislação trabalhista brasileira e segue algumas etapas específicas.

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Pensando nisso, trouxemos um guia prático sobre como funciona a demissão sem justa causa:

Comunicação ao colaborador

A empresa deve comunicar ao colaborador sobre a decisão pela sua demissão sem apresentar uma razão específica para a dispensa.

Essa comunicação pode ocorrer em uma reunião formal ou por meio de um documento escrito, como a carta de demissão.

Aviso prévio

Caso a empresa escolha pelo aviso prévio trabalhado, o colaborador continua suas atividades por um período determinado antes da efetiva rescisão do contrato.

Se o aviso prévio for indenizado, a empresa paga ao colaborador o valor correspondente ao período de aviso.

Documentação

A empresa deve fornecer ao colaborador os documentos necessários para a rescisão contratual, incluindo o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) e as guias para saque do FGTS.

Multa e liberação do FGTS

A empresa deve realizar o pagamento da multa correspondente a 40% do saldo total do FGTS acumulado pelo colaborador durante o período de trabalho.

Além disso, o colaborador tem direito ao saque do saldo total disponível em sua conta do FGTS.

Férias e 13º salário proporcionais

São calculadas e pagas as férias proporcionais, acrescidas de um terço, e o décimo terceiro salário proporcional, considerando o tempo de serviço do colaborador no ano vigente.

Seguro-desemprego

Se o colaborador atender aos requisitos estabelecidos pela legislação, ele pode solicitar o seguro-desemprego.

Entrega de documentos e exames médicos

O empregador entrega ao colaborador os documentos de rescisão e agenda exames médicos demissionais, conforme necessário.

É fundamental que o processo de demissão seja conduzido de maneira transparente, respeitando os prazos e direitos estabelecidos pela legislação.

Nesse sentido, a comunicação clara entre as partes ajuda a minimizar impactos negativos e a preservar a relação entre as partes.

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