inclusão de pessoas surdas

Boas práticas para inclusão de pessoas surdas nas empresas

A inclusão de pessoas surdas no ambiente de trabalho é uma das obrigações das empresas quando o assunto é acessibilidade. E para que isso ocorra de acordo com a lei e com as boas práticas, é preciso seguir algumas diretrizes.

Sendo essa uma questão tão cara à sociedade em geral e ao desenvolvimento de um país mais justo, é imprescindível que a sua empresa esteja à par de tais diretrizes. 

Para ajudar, separamos algumas boas práticas de inclusão de colaboradores surdos.

Acessibilidade e inclusão: Entenda importância

Hoje existe mais de 10 milhões de pessoas surdas no Brasil, o que representa quase 5% da população do nosso país, de acordo com o último censo. Os graus de surdez variam, podendo ser totais, médio ou baixos.

A regulamentação da contratação de pessoas com deficiência se dá pela Lei 13146/2015. Ela é conhecida como Lei de Acessibilidade e sua responsabilidade é determinar a acessibilidade (e defini-la), o que ocorre em seu artigo 3º:

Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:

I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;

Essa lei se refere a todos os tipos de deficiência, que podem ser psíquicas, físicas, de audição, visão ou fala.

Cada uma delas tem suas próprias necessidades que se revelam em adaptações que por sua vez são instrumentos de acessibilidade.

A lei não se limita apenas a definir o que é acessibilidade.

Ela também traz um rol de responsáveis por promovê-las e entre eles estão as empresas em relação aos colaboradores, que devem adaptar seus espaços e contratar pessoas com deficiência:

Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.

§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.

§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.

§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados.

§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.

Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.

Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o associativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.

Caso você tenha dúvidas sobre como é possível realizar a inclusão de pessoas surdas na sua empresa, não se preocupe.

Abaixo você encontra dicas essenciais para promover essa acessibilidade e contratações com base em boas práticas de RH.

Torne os seus processos seletivos acessíveis

A primeira questão que envolve a inclusão de pessoas surdas na sua empresa se refere aos próprios processos seletivos. São eles quem defini quem serão as pessoas contratadas para ocupar cargos na corporação.

Isso leva à conclusão de que eles devem dar a oportunidade para que pessoas com deficiência auditiva possam participar deles. Esse fator resulta nas necessidades de adaptação considerando as suas limitações.

Dentre as adaptações, considere os meios de divulgação das vagas e se o seu site possui ferramentas de tradução para libras (apenas 1% das páginas atualmente possuem e isso é importantíssimo).

Outra questão que envolve as adaptações é a presença de pessoas fluentes na linguagem de libras para as entrevistas. Você deve dar a oportunidade de comunicação e fazer com que ela realmente ocorra de maneira correta.

Todas as fases de seleção devem ser revisadas para que falhas para a inclusão sejam reconhecidas e contornadas.

Considere a comunicação, a divulgação e adaptação de ferramentas de trabalho, sobre as quais veremos no próximo item.

O último ponto que levantamos em relação à inclusão de pessoas surdas nas empresas é que isso deve ocorrer para além das cotas e para diversas funções e setores. O capacitismo deve ser deixado de lado.

Obtenha materiais que se adaptem às libras

Não basta que o processo seletivo seja inclusivo se a entrada no colaborador na empresa não encontre materiais adaptados à sua situação. Uma das adaptações é online, no seu site e ferramentas de trabalho.

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É importante que as páginas e ferramentas tenham sinalização e boa tradução para libras. Somente assim o colaborador será capaz de se comunicar e obter as informações que precisa para desenvolver o seu trabalho.

Prepare a sua equipe

As suas equipes devem estar preparadas para receber pessoas com deficiência e isso abarca a inclusão de pessoas surdas. Existem aqui questões básicas como respeito às limitações, integração e noções sobre essa deficiência.

Um bom exemplo é que nem toda pessoa com surdez não escuta. Ela somente tem a audição limitada, o que pode ser contornado pelo uso de aparelhos. Isso é um fato desconhecido por muitas pessoas.

É preciso evitar práticas preconceituosas como falar como se a pessoa não estivesse ali ou de costas para ela. Esse último ponto impede que o colaborador surdo faça leitura labial, algo essencial para o seu entendimento.

Falar alto também é desnecessário, eis que a surdez não é uma questão de volume e sim de frequência. Essas são noções básicas e boas práticas que devem ser repassadas para que a inclusão de pessoas surdas ocorra devidamente.

Outras boas práticas são:

  • Faça palestras sobre o assunto;
  • Promova noções de inclusão;
  • Demonstre quais práticas são consideradas inadequadas;
  • Disponibilize cursos de libras para quem tiver interesse em aprender.

 

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